sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Verões passados



Eu, que sempre achei o tempo tão sem graça, pensando que tudo era passageiro, verdadeiro e eterno. Percebo, em fim que estava errado.
Distante de uma história complexa, aqui estou, em um futuro pobre, com saudades das velhas riquezas que estão guardadas naquele velho e decadente baú chamado passado.
Nada será tão bom quanto as lembranças guardadas. O presente é muito traiçoeiro e não sabe dar o devido valor nos acontecimentos. Tudo é sem graça, tradicional e normal, mas ao passar dos anos se torna incrível, fantástico e sensacional.
Esse talvez seja o grande defeito que arrasto por anos. Deixar o presente passar sem ao menos admirá-lo. As horas vão passando e tudo vai se dissipando no ar.
Velhos amigos, velhos hábitos, velhos anos. Tudo está envelhecendo e estou na mesma trajetória.
Sempre vou esperar algo a mais do futuro, nem que esse algo a mais seja ter o presente como o velho passado.

Wender Batista Pereira

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