Eu, que sempre achei o tempo tão sem graça, pensando que
tudo era passageiro, verdadeiro e eterno. Percebo, em fim que estava errado.
Distante de uma história complexa, aqui estou, em um
futuro pobre, com saudades das velhas riquezas que estão guardadas naquele
velho e decadente baú chamado passado.
Nada será tão bom quanto as lembranças guardadas. O
presente é muito traiçoeiro e não sabe dar o devido valor nos acontecimentos.
Tudo é sem graça, tradicional e normal, mas ao passar dos anos se torna incrível,
fantástico e sensacional.
Esse talvez seja o grande defeito que arrasto por anos.
Deixar o presente passar sem ao menos admirá-lo. As horas vão passando e tudo
vai se dissipando no ar.
Velhos amigos, velhos hábitos, velhos anos. Tudo está
envelhecendo e estou na mesma trajetória.
Sempre vou esperar algo a mais do futuro, nem que esse
algo a mais seja ter o presente como o velho passado.
Wender Batista Pereira