Dentre tantas outras artes e formas de expressões, por
que justo fotografia?
Porque é uma paixão.
Uma paixão que me acompanha tem algum tempo, mas acho que
teve um primeiro olhar que ficou gravado na minha mente.
Eu tinha, se não me engano, 12 anos e fui fazer uma
viagem com o projeto AABB comunidade para a cidade de Passos, Minas Gerais. Era
comecinho de manhã e o sol estava raiando. Era uma bela imagem. Ao meu lado
tinha um colega e ele tinha um celular que fotografava, um dos poucos modelos
existentes na época, mais ou menos o ano de 2003 ou 2004.
Fiquei encantado com a possibilidade de registrar o
memento de uma forma tão prática. Em casa eu tinha uma câmera, ainda de filme,
bem simples, mas ela nunca me chamou a atenção.
Depois daquele dia eu queria porque queria um celular que
fotografava. Como ainda não trabalhava recorri a poderosa força advinda do meu
pai. Enchi o saco dele por meses, até
ele cair na minha lábia e comprar o tal celular. Não me recordo o modelo desse
celular que ganhei, mas era um Samsung azul, coisa mais linda. Devia ter lá
seus 2 mega de memória, isso chutando alto. Era o mais mais da época. As fotos
eram uma porcaria. A resolução era péssima, não tinha cabos de dados para passar
as fotos para o computador. A transferência era feita através de infra-vermelho
em lojas especializadas de fotografia. Um trabalho enorme.
A primeira e única vez que passei as fotos para o
computador foi uma decepção enorme. A qualidade da foto era tão ruim, mas tão
ruim que não dava pra ver quase nada. As fotos tinham mais ou menos o tamanho
de uma foto 3x4.
Mas com aquele celular eu fui feliz. Nunca fui de ser um “noiado”
em fotografia, que tudo que via fotografava. Muito pelo contrário, fui e sou
muito seletivo nas imagens que capturo.
Lembro que na escola fazia pequenas sequencias de fotos
simulando cenas. Era tão engraçado.
Com aquele celular registrei alguns bons momentos,
algumas viagens. Pena que a qualidade era tão ruim.
Fotografei com ele até perdê-lo. Dia triste.
Passou um tempo e esses celulares com câmera ficaram mais
populares e tive outros.
Continuei fotografando com celulares até que minha mãe
comprou uma câmera digital. Simples, mas satisfatória. Tirei mas algumas fotos
com essa câmera. Registrei outros bons momentos.
Mas até nesse ponto fotografia era algo completamente
banal para mim. Gostava, mas não era um grande amor. Não cheguei a fotografar muito nesse tempo.
Logo essa câmera estragou. Fiquei triste,mas nem liguei.
Comecei a gostar e pegar firme na fotografia quando
comprei a minha câmera, que não é lá essas coisas, mas me faz feliz.
É uma Fuji Finepix S330. Câmera semi-profissional, ou
para quem entende mais, uma amadora arrojada. Não é a melhor câmera do mundo,
mas eu gosto dela. Pretendo aposentá-la em breve.
Estou com ela há quase dois anos. A comprei meio no “susto”.
A namorei por um tempo, mas não sabia se compensava comprar, porque foi um
investimento relativamente alto para as minhas condições financeiras. Um belo
dia, meio sem pensar, fui lá e comprei. Paguei 10 parcelas com o meu esforço e
meu trabalho. É muito bom adquirir uma coisa com seu próprio esforço e
investimento.
Com essa câmera descobri os meus dons para fotografia, ou
acho que descobri. Pude registrar mais do que imagens, mas sim sentimentos e
momentos inesquecíveis. Pude registrar sorrisos e proporcionar sorrisos com
algumas fotos.
Deixo claro que não sou fotógrafo profissional, ainda
estou longe disso. Sou agora um fotógrafo apaixonado por fotografia. Pretendo
um dia me profissionalizar e estou trabalhando e estudando para isso. Mas por
enquanto apenas brinco de ser fotógrafo.
Minhas fotos ainda não são as mais perfeitas, mas quem
sabe um dia elas possam ser.
Faço isso porque gosto. Ainda não ganho dinheiro.
Gosto da fotografia porque vai além do que se vê. Vai
além do que se sente. Vai além da compreensão. O simples se torna complexo e o
complexo se torna simples. Não é mágica, mas é cheia de magia.
Minhas fotografias não mostram fatos, eternizam momentos.
E é por isso que me esforço para tornar o momento para sempre belo.
Wender Batista Pereira
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